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Entenda porque a teoria de Ratanabá é uma Fake News!

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Provavelmente você deve ter escutado falar sobre uma “grande descoberta arqueológica” feita recentemente. A história sobre Ratanabá, uma cidade perdida na Amazônia, tomou conta das redes sociais. 

Já não bastasse a lenda sobre El Dorado, agora temos que lidar com mais uma teoria completamente infundada que não tem nenhuma base científica. 

O responsável por toda esta história absurda parece estar atrás dos seus 15 minutos de fama. O pior de tudo é que ele está ganhando muito mais tempo do que isso. Tivemos até alguns ministros se reunindo para discutir sobre esta temática. 

Como se não houvesse assuntos muito mais importantes e urgentes para se falar sobre a Amazônia. Mas, nada acontece por acaso. Certamente há uma intenção por trás de toda essa falácia. 

Nesse artigo, vamos explicar porque a teoria de Ratanabá não faz sentido algum. Vamos lá?

Ratanabá: a cidade perdida que nunca existiu

Vamos começar pelo autor desta teoria que se intitula um arqueólogo, mas na verdade não é. Primeiro, ele ficou famoso na TV na década de 90 por seus poderes paranormais. 

Depois, ele resolveu virar ufólogo e gravou um vídeo de um extraterrestre que apelidou de Bilú. Toda esta história não passou de uma jogada de marketing para vender pedaços de terra na região do Mato Grosso onde esse ET foi visto. 

Agora, ele criou um Instituto de Pesquisas chamado Ecossistema Dakila presidido por ele e outros alienados que acreditam ter feito a maior descoberta de todos os tempos: a cidade perdida de Ratanabá. 

Mas, por que essa teoria não faz sentido?

Segundo alguns dados divulgados sobre esta história, Ratanabá teria sido construída e habitada por uma civilização super avançada tecnologicamente há cerca de 450 milhões de anos!

Ou seja, uma civilização que viveu muito antes dos dinossauros, que foram extintos há cerca de 65 milhões de anos. Parece que estes “arqueólogos” do Ecossistema Dakila erraram um pouquinho as contas. 

Outro absurdo é o fato desta cidade perdida ter sido “maior que a grande São Paulo”. Segundo o arqueólogo Eduardo Neves, que estuda sobre a Amazônia há mais de 30 anos, as maiores cidades no século XVI foram Istambul e a Cidade do México. 

Ambas tinham uma população de cerca de 150 mil pessoas. Já a cidade de São Paulo tem aproximadamente 21 milhões de habitantes, sendo a 8° mais populosa do mundo. Faz algum sentido Ratanabá ser maior que isso há 450 milhões de anos atrás? 

Além de tudo isso, foram divulgadas fotos que mostram linhas retas gigantescas no meio da floresta, que segundo esses lunáticos são marcas das antigas construções. 

Mas, de acordo com o especialista Eduardo Neves, a probabilidade destas linhas terem sido feitas por humanos é muito baixa. A explicação mais plausível é de que essas estruturas foram sendo formadas pela erosão ao longo dos anos. 

Ratanabá: uma cortina de fumaça

Toda essa invenção não passa de uma cortina de fumaça para abafar todos os casos criminosos que estão ocorrendo na Amazônia. 

Enquanto vários grupos indígenas protestavam pelo desaparecimento do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips, o atual presidente e alguns ministros estavam twittando sobre Ratanabá. Um absurdo sem precedentes! 

Não podemos esquecer dos reais problemas que envolvem a Amazônia. Além dos crimes bárbaros contra as pessoas que tentam protegê-la, a floresta está sendo destruída indiscriminadamente. 

Segundo dados do Imazon, o desmatamento na Floresta Amazônica em 2021 foi o pior nos últimos 10 anos! Mais de 10 mil quilômetros foram devastados. 

O cenário deste ano continua alarmante. Em apenas cinco meses foram derrubados mais de 3 mil km² da floresta. A Amazônia pede socorro! Não podemos ficar inertes diante de toda esta situação. 

Se quiser saber como você pode ajudar a floresta, acesse o site do Meu Pé de Árvore e conheça melhor sobre o projeto de restauração da Amazônia promovido por esta startup. 

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