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Vitória-régia: conheça mais sobre a maior planta aquática do Brasil!

Vitória-régia: a planta aquática nativa do Brasil!

Pertencente a família Nymphaeaceae, a vitória-régia é conhecida como uma das maiores plantas aquáticas do planeta, contando com uma aparência exótica e paisagista em qualquer água que habite. Suas folhas circulares podem chegar até 2,5 metros de diâmetro, para absorver luz solar e fazer a planta crescer de forma saudável.

Podendo flutuar sobre as águas de rios e lagos, a vitória-régia é muito comum na bacia do Amazonas, sendo um elemento principal quando se lembra do maior rio do mundo. Lá, ela já teve diversos nomes que os povos nativos deram, como Uapé, Iapucacaa, Aguapé-assú, Jaçanã, ou Nampé, sendo de diversos grupos diferentes.

Este artigo vai ensinar você, leitor, todas as curiosidades e informações sobre esta linda planta, além de ensinar detalhadamente como cultivá-la de forma saudável. Veja mais abaixo!

Sobre a Vitória-régia

Essa seção introdutória do texto vai mostrar mais sobre as características da planta, sobre sua aparência, seus usos no paisagismo, suas origens e outras plantas semelhantes à vitória-régia, que crescem de forma parecida. Confira os tópicos abaixo!

Características da Vitória-régia

Nativa do Rio Amazonas, a Victoria amazônica, ou simplesmente vitória-régia, é uma planta aquática da mesma família das ninféias. O clima tropical da região favorece o crescimento dela, de forma que o nível de umidade e da altura das águas dos rios influenciam diretamente sua estrutura e sua formação.

Suas grandes folhas esverdeadas flutuam sobre as águas, contando com pequenas laterais de 10 centímetros, os quais revelam parte do interior das folhas, que possui coloração vermelha e espinhos. Cheia de nervos, essa outra face dá origem a pecíolos que descem até o fundo das águas para puxar nutrientes do solo.

maio planta aquatica

A Vitória-régia no paisagismo

A vitória-régia é possivelmente uma das mais conhecidas plantas no movimento paisagista internacional. Isso porque sua aparência exótica e tropical faz bonito em qualquer decoração que contenha grandes volumes de água. Por isso, hoje em dia criam-se tecnologias de adubação e hormônios para fazer crescer menor a planta em ambientes mais compactos e urbanos.

Outro chamativo da vitória-régia são suas exclusivas flores, que crescem no verão e morrem em 2 dias, passando pelo processo de se abrir durante a noite, e morrendo no segundo dia após polinizar-se. Passam pelos tons branco e rosado, com até 30 centímetros de diâmetro, sendo muito apreciadas por colecionadores de todo mundo.

Outras plantas aquáticas parecidas com a Vitória-régia

Outras plantas nativas de ambientes aquáticos, além da vitória-régia, são conhecidas como hidrófitas, vivendo em locais encharcados, sendo submersas ou flutuantes. Provavelmente, a planta aquática mais parecida (e mesmo assim, diferente) com nossa vitória-régia são as variadas ninféias, que variam muito de cor e tamanho, dependendo da espécie.

De várias cores, a ninféia pode ser posta em lagos artificiais, e nele, florescem de forma ornamental, com flores chamativas e coloridas. Outro exemplo de planta semelhante é o singônio, que deve ser manuseado com cuidado, pois é tóxico. 

Curiosidades da Vitória-régia

Agora que você já conhece mais sobre a vitória-régia, chegou a hora de conhecer mais curiosidades sobre essa planta tão especial, que tem tanto a cara do Brasil (inclusive em sua história). Confira os tópicos abaixo para saber também como comer a vitória régia, seu significado e sua grande força! 

Lenda da Vitória-régia

Como parte do folclore brasileiro, ela carrega uma linda história: uma índia chamada Naiá, considerada a mais bonita de uma tribo, viu a Lua (chamada de Jaci por eles) em uma noite, refletida nas águas de um igarapé, e desejou virar uma estrela para morar com ela. 

Passaram-se dias e noites e Naiá continuava lá, admirando o reflexo de Jaci nas águas até por fim, definhar e morrer. Jaci, em um ato de compaixão, a transformou em uma estrela das águas, justificando por que elas só as abrem durante a noite.

A Vitória-régia é comestível

Conserva de Vitória Régia

Pesquisas científicas comprovaram que a alimentação de vitórias-régias pode ser feita, entretanto, a planta se encaixa no grupo de PANCs (Plantas Alimentícias Não Convencionais), portanto, seu consumo não é comum. Pode-se consumir suas sementes, seu talo, suas flores e seu caule, além de poder ser utilizada nas decorações de pratos e receitas.

A Dulce é uma parceira que possui um jardim de vitória-régia no seu quintal, onde ela cultiva essa planta de forma totalmente sustentável. E com todo seu respeito a floresta e dotes culinários, a Dulce criou a conserva e a geleia de vitória-régia. A Dulce mora no canal do Jari, nos arredores de Alter do Chão e recebe turistas para apresentar seu jardim, além de fazer degustação com preparações feitas da planta, não é incrível? Ela é uma super mulher que cuida da floresta e compreende a importância de mantê-la em pé.

Além da Vitória-régia poder ser consumida em geléias e conserva, suas sementes se parecem com as do milho, e portanto, estouram em temperaturas mais elevadas, dando origem a uma pipoca de vitória-régia que vai muito bem com sal e manteiga, além das sementes poderem ser utilizadas para fazer mingaus e farinhas, usados em variadas receitas.

Confira uma receita completa de Pastel de Vitória-régia.

Significado da Vitória-régia

A vitória-régia recebeu seu nome dos ingleses, durante a era vitoriana, em homenagem à Rainha da Inglaterra. O nome Vitória-régia vem do latim e remete a figura de uma forte mulher, com grande força e persistência, de forma que sempre busque a vitória, mas prezando pela humildade e bem-estar de todos.

A planta também significa justiça, devido ao espírito de seu simbolismo, que remetem a compaixão, leveza, felicidade, luta e conquista. Todos esses sentidos apontam para um significado forte para a vitória-régia, um sentimento de força e feminilidade, acompanhada de sentimentos pelo mundo.

A Vitória-régia pode suportar grandes pesos

As grandes folhas da vitória-régia podem aguentar pesos impressionantes. Não é como se a planta fosse uma mini balsa natural, mas as maiores folhas podem chegar a aguentar até 50 kg! Esse peso muitas vezes é o de uma criança, tornando a planta mais especial e interessante ainda, encantando turistas e pesquisadores.

Cultivo da Vitória-régia

Sabendo tudo sobre a vitória-régia, chegou a hora de você ter a sua em casa, ou em seu negócio. As sementes, que parecem ervilhas, devem ser reservadas para o plantio, que deve ser feito com atenção. Confira as dicas abaixo! 

Local para cultivar a Vitória-régia

Para germinar as sementes, elas devem ser postas em locais onde tenha-se água em abundância, com no mínimo 1 metro de profundidade, para que o rizoma da planta cresça saudavelmente. Águas de temperaturas quentes, em torno de 30°C são muito apreciadas pela planta, já que, sendo do clima equatorial, ela não suporta períodos muito gelados.

Germinando facilmente após as primeiras semanas, a vitória-régia deve crescer com saúde caso a água que a ergue seja limpa e bem cuidada.

Melhor época de plantio da Vitória-régia

A melhor época de plantio para as vitória-régia é o verão, isso porque, sendo de uma área de clima tropical, essa planta aquática aprecia muito climas bem quentes e bem úmidos, que deixam a água saudável, estimulando sua circulação pelo ambiente.

Além disso, no verão os níveis de irradiação de luz são maiores, fazendo com que o desenvolvimento da planta através da fotossíntese seja muito mais estimulado, de forma que a vitória-régia cresça significativamente mais rápido no verão.

Clima para Vitória-régia

O clima apreciado por essa planta é o equatorial e tropical, ambos climas presentes das faixas mais ao norte de nosso país, que representam temperaturas muito elevadas e pluviosidade alta durante o ano todo, símbolo da casa da vitória-régia, a região do Rio Amazonas, esses fatores influenciam diretamente no crescimento e floração da planta.

O cultivador deve ter em mente que a vitória-régia não suporta climas frios, muito menos geadas e nem períodos de estiagem, estes 3 podem matar sua planta, pois a impede de absorver nutrientes do solo, da água e do Sol.

Luminosidade para Vitória-régia

Os níveis ideais de irradiação de luz solar para a vitória-régia vêm com a permanência da planta sob sol pleno. Com isso, as grandes folhas dessa planta passam o dia inteiro recebendo nutrientes do sol e realizando fotossíntese, fazendo com que elas cresçam.

Caso a planta não fique sob níveis suficientes de luz solar durante o dia, seu desenvolvimento pode começar a ser afetado, até que a planta morra por falta de nutrientes.

Nutrientes para Vitória-régia

Os níveis de nutrientes para a vitória-régia são, normalmente, suficientes em qualquer substrato e em qualquer água, entretanto, leves adubações são bem-vindas para manter a saúde da planta. É importante que o solo do tanque seja livre de herbicidas, pesticidas e elementos que possam flutuar, além de contar com cascalho para evitar que o solo se desprenda.

O cultivador deve manter em mente que quase não se deve adicionar compostagens ou matéria orgânica no solo da vitória-régia, pois esses materiais poluem a água e podem prejudicar a planta.

Propagação da Vitória-régia

A vitória-régia se propaga, ou seja, se reproduz na natureza de forma natural e abundante, de forma que não prejudique outras espécies nem seja considerada erva daninha. Entretanto, caso o cultivador queira controlar a reprodução e o número de indivíduos de vitória régia, ele pode usar de alguns métodos, descritos no parágrafo abaixo.

Pode-se controlar a espécie por sementes, que pode ou não ser plantada, ou pela divisão dos rizomas presentes na água, sendo esse mais difícil e mais certeiro. 

Pragas e doenças da Vitória-régia

A vitória-régia possui grande resistência contra pragas e doenças, devido a sua estrutura diferenciada e seu habitat natural. Entretanto, algumas espécies de insetos, como pulgões, podem ferir as suas lindas folhas.

Nessas situações, ou em outras parecidas, o cultivador deve eliminar o invasor para que este não se reproduza, seja estimulando a procriação de predadores ou aplicando pequenas doses de inseticidas ou venenos naturais e confiáveis. 

Manutenção da Vitória-régia

Não são necessárias manutenções constantes na vitória-régia, pois seu crescimento é regular e costuma agradar quem cultiva. Entretanto, o controle da localização das plantas na superfície, enquanto flutuam, pode ser feito se for da vontade de quem planta, deixando da maneira mais agradável o possível.

Para o pleno crescimento da vitória-régia, pequenas adubações NPK 10-10-10 devem ser feitas de meses em meses, mas sempre com muita cautela para não ferir a planta.

Poda da Vitória-régia

A vitória-régia é uma planta aquática e, por isso, não costuma se dar bem com podas. Isso porque suas folhas crescem de forma muito natural, espontânea e ornamental, sendo desnecessário o controle constante de seu crescimento, já que este raramente é problema. Caso seja, pode-se eliminar folhas indesejadas no tanque.

Há ainda, espécies que possuem fenótipos reduzidos, geneticamente modificados ou não, de forma que podem ser plantados em espaços reduzidos para encaixar melhor o recipiente com a planta, para que as folhas mantenham certa proximidade e preservam a beleza ornamental da vitória-régia.

A Vitória-régia possui muitas utilidades!

A vitória-régia definitivamente é uma das plantas mais legais da flora brasileira, tudo nela é interessante. Desde suas origens nas tribos indígenas, onde recebeu seus primeiros nomes, até o conhecimento de estrangeiros europeus, a passagem pelo paisagismo moderno e mais. E em todos esses processos, ela permaneceu imponente nas faces dos rios brasileiros.

Não é à toa, é o que essa planta representa, imponência e força, até por isso que ela aguenta tanto peso, não é mesmo? Além de tudo, ela ainda é útil para diversas receitas criativas e deliciosas, que levam a vitória-régia como ingrediente principal ou secundário, resultando em uma explosão de sabores.

Se não fosse suficiente, a planta ainda é super fácil de plantar e de se cuidar, dispensando cuidados mais minuciosos ao longo de sua vida, além de suas sementes serem bem baratas. Portanto, você leitor, deve dar um ar de beleza tropical em seu jardim, então, considere agora mesmo plantar uma vitória-régia!

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Vamos conhecer o açaí?

Açaí é um fruto nativo da Amazônia, que possui uma tradição muito forte e importante na região Norte, onde come-se na sua forma mais natural possível, podendo acompanhar farinha de tapioca ou farinha de mandioca.

A farinha de tapioca é granulada e branca, tendo um formato de pequenos flocos e ficando crocante na boca. Já a farinha de mandioca é mais amarelada, podendo ter várias texturas, como a fina ou a farinha d’água de Bragança, que já comentamos por aqui no blog.

Açai com tapioca
Açaí com açúcar e farinha de tapioca

 

O açaí ficou tão popular no dia-a-dia do brasileiro, que expandiu-se para outras regiões do Brasil, mas de um forma bem diferente e polêmica do costume local, adicionando açúcar e guaraná na sua comercialização, deixando-o como um produto energético e de sobremesa. E a criatividade do brasileiro não para por aí, adicionam frutas, doces e até leite. 

Na Amazônia, o açaizeiro raiz é quem come puro! 

Açaí nutella x Açaí Raiz

açai com granola
Açaí com granola e frutas
(Photo by Jeremy Bishop on Unsplash)

O açaí tem muitas vitaminas e antioxidantes e é utilizado na indústria de cosméticos devido ao seu poder de antienvelhecimento. Com toda a potência do açaí, é importante lembrar a sua procedência para garantir o comércio justo a todos da cadeia, já que é no estado Pará que existe a maior produção do fruto no Brasil, onde existe um papel socioeconômico muito importante para as famílias da região, chegando a representar até 60% da renda familiar.

Para que o açaí chegue até as casas de milhões de pessoas, exige um trabalho dos coletores, os chamados peconheiros, que escalam as palmeiras com cerca de 25 metros de altura, trazendo os cachos na mão, um trabalho braçal, que envolve muita técnica e cuidado. Em seguida, o açaí passa pelo processo de debulhamento e seleção, onde fica de molho por um período. Após a lavagem, é por meio de uma despolpadeira que se extrai o suco do açaí. É  a partir da quantidade de água que se define se o açaí será grosso, médio ou fino. Dependendo da região, o açaí além de percorrer quilômetros para chegar nas nossas casas, também navega pelos rios amazônicos! É um caminho enorme para que ele chegue até os lares brasileiros!

Nesta série da conexão Amazônia, não podíamos deixar de contar sobre o significado do açaí: “fruto que chora”, ou que “expele água”. Esse nome é proveniente de uma lenda do folclore amazônico. A lenda conta que Iaça, filha do cacique Ikati, teve uma criança, mas ela foi morta devido a pobreza que se alastrava na aldeia. Iaça chorou por muitos dias e ao ouvir a risada de sua filha no meio da noite, foi atrás de seu espírito. Quando ficou diante da criança e abraçou-a, Iaça acabou abraçando uma palmeira. A palmeira era o pé de açaí, onde Iaça morreu desolada de tanto chorar. A partir deste momento, o açaí foi descoberto, salvando a aldeia da fome.

O nome é uma homenagem à filha do cacique, pois é Iaça ao contrário. 

Além de consumir o açaí na forma tradicional com o fruto podemos ter subprodutos como: açaí em pó, geleia de açaí, creme de chocolate com açaí, molho de pimenta, licor e etc.

E aí gostou dessa história? Bora tomar uma açaí?

flordejambu.com 

Texto produzido por Projeto Rebbú.

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Jambu Sinimbu aposta no tremor que provoca sensações inesquecíveis

Conserva de flor de jambu, cachaça de jambu e o concentrado de jambu “Tremidão” são os principais produtos da empresa paraense Jambu Sinimbu, cuja missão é simplesmente “tremer o mundo”, causando sensações inesquecíveis a quem ainda desconhece o efeito incrível dessa planta amazônica chamada jambu. Quem conta essa história de sucesso é a arquiteta e proprietária da empresa Tatiana Sinimbu.

Tudo começou quando seu amigo estilista Ronaldo Fraga encomendou flor de jambu para enviar de presente para uma amiga famosa. Isso aconteceu em 2016 e foi fundamental para que Tatiana desse o pontapé inicial na sua carreira produzindo e vendendo produtos à base de jambu.

A pessoa famosa era nada mais nada menos que a jornalista Marília Gabriela. Tatiana entrou em pânico porque não sabia como enviar a flor de jambu de forma que chegasse boa e poder ser consumida sem problema. “Isso não vai chegar nunca bom lá, vai chegar horrível, dez dias de correio, não vai dar certo isso”, pensou.

O primeiro grande desafio

Conserva de flor de jambu

Mas como não existe empreendimento sem desafio, Tatiana voltou para sua casa decidida a encontrar uma solução para enviar a flor de jambu. “Foi quando eu criei o meu primeiro produto, a conserva de flor de jambu. Eu peguei as flores e coloquei em conserva e assim eu consegui dar durabilidade e praticidade ao produto.

Ela enviou para todo mundo provar com várias receitas diferentes até chegar naquela que considerou ideal e que é utiliza até hoje.

Empolgada, Tatiana disse ao amigo que tinha achado a solução e que já queria criar uma marca com o seu sobrenome Sinimbu. Ronaldo Fraga achou a ideia maravilhosa e se ofereceu para criar a logomarca para a sua invenção. “Ele foi a pessoa que mais me incentivou com provocações a criar produtos com jambu, porque era isso que as pessoas queriam”, conta.

Demanda por jambu levou à criação da empresa

Tatiana Sinimbu, arquiteta e empresária

“A Jambu Sinimbu nasceu no meio de um aglomerado de coisas que estavam acontecendo na minha vida, mas principalmente de uma demanda por jambu que me rondava o tempo todo”. Ela se refere aos seus amigos de outros estados, que pediam jambu e ela dava um jeito de fazer isso, apesar de ser trabalhoso.

Antes de criar a conserva, jambu era um ingrediente que as pessoas queriam muito e ela sempre se via no mesmo dilema: Como enviar esse o jambu de forma eu chegasse bom?

Tatiana, então, passou a olhar essa demanda como uma oportunidade de negócio. Por gostar de divulgar as coisas do Pará e da Amazônia, conhecer muita gente e ser bastante comunicativa, amigos sugeriram que ela trabalhasse com turismo.

“Hoje em dia, eu vejo que se fechou um ciclo na minha vida e nasceu outro muito melhor. Eu achava que eu amava o meu ciclo passado, mas, realmente, eu amo o atual. Eu achava que aquilo era amor, mas amor, realmente, eu estou descobrindo agora pela Jambu Sinimbu”, revela. Mas ainda não largou a Arquitetura totalmente.

Depois que a flor de jambu em conserva ganhou credibilidade, começaram a perguntar se ela não produzia cachaça também.

E veio a cachaça de jambu com toque feminino

Cachaça de jambu

Foi mais uma provocação. Tatiana decidiu, então, fazer uma cachaça mais suave e mais feminina porque a que existia no mercado muito forte. Foi aí que ela teve a ideia de usar o cumaru, uma especiaria que considera chique e que faz parte do Chanel Nº 5 e de muitos perfumes famosos. “Meu toque feminino na cachaça foi o cumaru, tornando-a um pouco mais suave e agradável”, comemora.

A partir daí, ela começou a viajar e a levar a flor de jambu em conserva e a cachaça principalmente para Belo Horizonte. “Até me apelidaram de traficante de jambu, porque eu chegava com uma mala só jambu e o pessoal todo já me esperava na porta, desesperado pelo produto” relata.

E nesse vai e vem, acabou recebendo a terceira provocação: e se isso fosse usado no sexo? “Essa foi a minha terceira obsessão”, confessa, “eu fiquei louca. De que forma eu ia resolver isso?”.

Tremidão, o afrodisíaco amazônico

Tremidão, o afrodisíaco amazônico

Não tardou, e ela conseguiu. “Cheguei no produto que eu mais amo, sou apaixonada, enfim, que se chama “Tremidão”, que pode ser usado como afrodisíaco em função do tremor que o jambu provoca. O produto também é vendido pela flordejambu.com e faz o maior sucesso.

“O Tremidão é um concentrado de jambu, que se transformou no amor da minha vida. É uma gota da Amazônia que leva a sensação do jambu com praticidade para uma experiência única. Ele pode ser usado no corpo, no sexo, no drinque, onde você quiser, o céu é o limite. Só com um litro de jambu consigo fazer milhares de pessoas sentirem a sensação do jambu”, explica Tatiana.

A intenção da empresária é levar a experiência da floresta para o maior número de pessoas. “Eu quero que as pessoas tenham 0,01% da experiência de viver na floresta em Belém do Pará. Por isso “Uma gota da Amazônia para uma experiência única” é o slogan do Tremidão.

Depois do Tremidão, outros produtos foram lançados. “Mas tenho, pelo menos, mais uns 15 produtos na minha cabeça, alguns inclusive já até desenvolvidos, faltando apenas ser lançados”, adianta, ressaltando, no entanto, que mantém o pé no chão e sobe um degrau de cada vez.

A Jambu Sinimbu está completando cinco anos. Foi criada em 2016 com o objetivo de levar o jambu de forma prática e durável para os quatro cantos do mundo.

Tatiana Sinimbu busca aperfeiçoamento profissional

O interessante é que até o momento, Tatiana ainda não investiu pesado em publicidade, os resultados têm vindo mais da divulgação informal boca a boca feita, principalmente, pelos amigos e clientes. No entanto, ela reconhece que está na hora de começar a investir mais em mídias digitais e não se limitar apenas ao Instagram, uma vez que as redes sociais são fundamentais para expandir os seus negócios.

Para organizar melhor a sua empresa, ela está fazendo Metrado Profissional em Engenharia Química Industrial na Universidade Federal do Pará (UFPA). A turma é formada por profissionais da área de criação que inventaram alguma coisa dentro da empresa em que trabalham. Dos dez aprovados, ela é a única mulher. “Eu entrei com a minha empresa Jambu Sinimbu e a minha invenção, que é o Tremidão”, informa.

Sua tese de Mestrado tem como tema o Tremidão, mas novas ideias estão surgindo no decorrer do curso. “Eu durmo e acordo pensando em jambu, em criar produtos, em dar soluções para as pessoas. Porque até para resolver problema sexual já me ligaram. Minha cabeça não para”, conta.

Empresa valoriza os pequenos produtores da região

Cheiro do Pará e Tremidão

Um lado que merece destaque é que a Jambu Sininbu, assim como a maioria das empresas parceiras da flordejambu.com, também trabalha com comunidades de pequenos produtores que cultivam jambu.

Ela gosta muito de ter contato com essas pessoas, aprender com elas e trocar experiências. “Por sinal, recentemente, eu fui em uma comunidade nova em Marituba e tive a oportunidade de presentear uma senhorinha com um frasco de Tremidão depois de ouvir da mulher que ela estava na menopausa e não aguentava o seu marido reclamando. “Dei pra ela e disse: use isso com seu marido e depois me conte. Agora eu tô megacuriosa de voltar lá pra saber no que deu o Tremidão lá com a senhorinha. Eu acho o máximo isso, eu amo”.

Apesar da brincadeira, Tatiana ressalta que o Tremidão é um estimulante sexual e não um medicamento, por isso, as mulheres em menopausa como a senhora citada devem procurar atendimento médico para superar essa fase da vida de forma mais saudável.

Tatiana Sinimbu considera a flordejambu.com uma das maiores parceiras da Jambu Sinimbu “porque divulga, comercializa os meus produtos e  valoriza a nossa Amazônia”, conclui.

Texto: Roberta Vilanova

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Comidas típicas na Amazônia

Viajar para a Amazônia é realmente viver uma experiência gastronômica única de tanta riqueza. 

São frutas, pancs (plantas alimentícias não convencionais), temperos e farinhas que cada região possui sua particularidade. Bora descobrir mais um pouco sobre a gastronomia amazônica?

Vamos comerça com o famoso do tacacá!

tacacá
Foto: Tacacá feito pelo restaurante Marahu em São Paulo

A receita típica envolve o mix de ingredientes do camarão, a goma de mandioca e as folhas de jambú (sim, o jambu que adormece a língua e é presente na culinária amazônica), transformando em uma receita com gosto único, exótico e saboroso. Come-se tradicionalmente quente e em uma cuia.

Uma outra receita amada que utiliza o jambu é o pato no tucupi! Parecido com o tacacá, o pato é um cozido no caldo do tucupi (aquele tempero delicioso que vai bem com tudo feito de mandioca), existem receitas que usam o pato assado e depois o acrescenta no tucupi. Adiciona-se jambu e acompanha arroz e farinha de mandioca. 

Quem já provou o x-caboquinho?

Uma fruta que é bastante usada na gastronomia amazonense e já comentamos aqui, é o tucumã. Queridinho dos manauaras, o tucumã virou a fruta principal de algumas comidas típicas amazonense, a mais famosa é o X-CABOQUINHO, que é um lanche feito com pão francês, tucumã, queijo coalho e banana! É uma delícia e tradicionalmente, come-se no café da manhã, também é possível encontrar a sua versão na tapioca. 

Peixe não pode faltar!

Algo que não pode faltar na gastronomia amazônica é o peixe. Cada região tem o peixe de água doce mais tradicional, alguns nomes já são conhecidos como: filhote, tambaqui, pirarucu, matrinxã, tucunaré, curimbatá, entre outros. Come-se frito, assado, cozido (na caldeirada), na brasa, acompanha-se vinagrete, farofa, açaí e baião amazonense. É muito comum fazer bolinhos destes peixes e comer como petiscos! hummm! No nosso blog temos algumas receitas com peixe, visite!

Foto: Peixe filhote frito acompanhado de açaí feito no restaurante Marahu em São Paulo

Cupuaçu é vida!

Agora vamos para o doce, e o rei da Amazônia é o cupuaçu. Além do suco que é delicioso, o cupuaçu é utilizado em muitas receitas, como o tradicional doce de cupuaçu, mousse, bombons, bolos, geleias e até chocolate feito de cupuaçu! 

Doce de cupuaçu com farinha de mandioca de Bragança-PA

Além de todas essas delícias temos muitas outras, como a maniçoba e o arroz paraense, que são pratos típicos do Pará, como também a baixaria que é um prato tradicional do Acre.

E para você qual prato é a cara da Amazônia?

Onde encontrar comida amazônica em São Paulo?

Marahu Comida Paraense: Rua Dr. Bacelar. 649 – Vila Clementino

Casa Tucupi : Rua Major Maraglino, 74 – Vila Mariana

Até logo, flordejambu.com

Texto produzido por Projeto Rebbú.

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Festival Parintins

É no mês de junho que tradicionalmente acontece uma das festas mais famosas e tradicionais do norte do país, o festival folclórico em Parintins, há cerca de 370 km de Manaus, no Amazonas.

Considerado como um das maiores manifestações culturais no meio da floresta, atraindo milhares de turistas de várias regiões do país e do mundo para a Ilha Tupinambara. Segundo o site de secretaria da cultura e criativa do Amazonas, existe uma média superior a 38 mil espectadores por ano,  o festival reúne, aproximadamente, 600 brincantes por boi-bumbá, divididos na composição rítmica (Marujada do Caprichoso e Batucada do Garantido), encenação de rituais, tribos indígenas e figuras típicas. Uma verdadeira festa esplêndida!

Com muita alegria e energia, é no bumbódromo que acontecem os desfiles e a competição dos bois-bumbás: boi caprichoso e o boi garantido. Um verdadeiro  carnaval amazonense, com apresentações repletas de fantasias, danças, música e alta rivalidade entre os dois bois, sendo o boi caprichoso sendo representado pela cor azul e o boi garantido, pela cor vermelha. 

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Festival Folclórico de Parintins – Foto de Michael Dantas/SEC

O desfile

Os desfiles são minuciosamente organizados, sendo conduzidos por um mestre de cerimônia que narra o evento do início ao fim. Um dos grandes destaques das apresentações são a porta-estandarte, que carrega o símbolo do boi, e a cunhã poranga, que é uma personagem que representa a indígena mais bonita da aldeia. Uma tradição espectacular que move o Amazonas!

O festival costuma acontecer todos os anos,  na última semana do mês de junho, e durante três noites seguidas, começando na sexta-feira e terminando no domingo, com duração de 2h-2h30 de duração por noite. Atualmente, está interrompido devido a pandemia da covid-19.

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Festival Folclórico de Parintins – Foto de Michael Dantas/SEC

“Ei você aí na multidão

Encontre o seu coração

Vem pra Parintins

Vem pra ser feliz

O coração te espera com amor

Deixa a batucada te levar

No compasso que vai te fazer se apaixonar

Oh, oh, oh, oh

Em Parintins o nosso olhar já se cruzou”

O amor é garantido – Boi caprichoso

O coração até aquece neste inverno com uma vontade de ir à festa em Parintins!

Flordejambu.com 

Texto produzido por Projeto Rebbú.

Observação: Não temos preferências por nenhuma das torcidas.

Referências:

https://cultura.am.gov.br/portal/festival-folclorico-de-parintins/

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Puxuri, a noz moscada brasileira

Puxuri, puxurim, pexorim, pixuri… são vários nomes utilizados para falar de uma semente oleaginosa, que apesar de lembrar a noz-moscada é nativa da Amazônia brasileira. 

O seu aroma e sabor são únicos, com um cheiro que mistura cravo, anis estrelado e um fundinho de cardamomo, é um semente versátil, onde nossa nossa co-fundadora e nutricionista Carol explica mais:  

O puxuri é uma das minhas melhores descobertas da Amazônia. Com aroma e sabor único, um pouco defumado com um toque de cravo e canela. Vai bem tanto no doce como no salgado. Já coloquei no molho branco, na calda do pudim, na batata assada e até para temperar o camarão. Já falei que ele é rico em bioativos…tem como não amar?

A utilização do puxuri é da mesma forma que a noz moscada, é só ralar uma pequena porção para pegar o gosto na sua receita. E claro que não podíamos deixar de compartilhar uma das nossas deliciosas receitas, um peixe com crosta de castanha do pará e puxuri !

hum.. deu até água na boca só de olhar!

O chocolate com especiarias amazônicas também é uma excelente oportunidade para experimentar os aromas e sabores dessa semente maravilhosa!

Agora vamos mergulhar na história e conhecer mais a origem do puxuri. 

É na cidade de Borba no Amazonas, onde há a utilização tradicional do puxuri. A população detém conhecimentos ancestrais, que fazem uso das propriedades terapêuticas da planta. Segundo um relatório divulgado na 62° Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência em 2010, pesquisadores afirmaram que os nativos desta cidade costumam tomar o chá da semente ralada na língua do pirarucu para tratar males do estômago. Consomem o chá de todas as partes da planta como bebida, em substituição ao café.

Seu Francisco, produtor da semente de Puxuri

Outro fato histórico interessante do puxuri, fica localizado no estado do Pará na cidade de Tomé-Açu, onde é a terceira cidade com maior colônia japonesa do Brasil. Os imigrantes japoneses da região são fundamentais para a prospecção agrícola e sustentável na cidade. Um dos primeiros imigrantes, foi o avô de Seu Francisco, o da foto acima, que levou sementes do Amazonas para Tomé-Açu, sem saber que era o puxuri. Foi necessário muito cuidado, dedicação, pesquisa e tempo para que as mudas efetivamente se adaptassem às novas condições de solo e temperatura, e descobrissem que era o puxuri. Esse cuidado com a terra é passado de geração para geração até hoje. 

Ao ralar a semente de puxuri de Tomé-Açu, descobrimos que esta semente transmite muita história. A história dos japoneses que vieram tentar a vida no Brasil e insistiram na criação de sementes mesmo quando as situações eram desfavoráveis. Imigrantes como o avô de Seu Francisco, que acreditaram na produção agroflorestal, sem utilização de técnicas agressivas no solo e valorização familiar, repassando este conhecimento para os filhos, e hoje, o neto, Seu Francisco, segue o mesmo caminho como terceira geração de uma semente única. 

É lá também que existe uma cooperativa, a Cooperativa Agrícola Mista de Tomé-Açu – CANTA,  que faz um trabalho importante para a empregabilidade com diversos produtores rurais. Para saber mais dessa história, acesse a reportagem que saiu no Globo Rural

Fruto do puxuri com a semente

Estudos também têm sido realizados na utilização do óleo de puxuri na indústria de cosméticos, perfumes e fragrâncias, fármacos (creme dentais e enxaguantes bucais) e até mesmo como praguicida natural. 

Quem diria que uma semente teria tantas utilidades! 

E assim como várias outras especiarias, essa semente é da nossa terra, é da Amazônia! Saiba mais sobre outras especiarias da Amazônia.

Flor de jambu,

Texto produzido por @projetorebbu. 

Referência: 

http://www.sbpcnet.org.br/livro/62ra/resumos/resumos/5714.htm

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Já provou chocolate amazônico?

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Em barra, em creme, em pó, bombons, bolos, nibs, chocolate é bom com tudo! Mas é importante sempre lembrarmos que nem tudo o que parece é chocolate realmente! Há muitos produtos disponíveis no mercado que não utilizam o cacau em suas fórmulas, mas sim muitos aromatizantes e corantes artificiais do cacau, leite e açúcar refinado. 

Para ser considerado um chocolate com alta qualidade, é necessário que ele possua efetivamente a concentração do fruto do cacau e na sua forma mais natural possível, sem adicionais de conservantes, corantes ou estabilizantes. 

A notícia boa é que existe cacau em abundância na Amazônia, sendo o Pará o maior estado produtor! Temos exemplos muito importantes de produtores que vem executando um trabalho sustentável e de qualidade, como é o caso do chocolate DeMendes, que é uma das produções paraenses, já foi premiado duas vezes internacionalmente. Outro exemplo é o chocolate no Rio Juruá da Amazônia, que foi ganhador do prêmio Prata no International Chocolate Awards em 2019. 

Aqui na flordejambu.com não é diferente, valorizamos o cacau de qualidade, um dos nossos principais parceiros é a Cacau River, empresa que produz chocolate com amêndoas oriundas de produção sustentável as margens do Rio Tocantins no Pará. O cultivo do cacau é feita pelos ribeirinhos da região como seu Luís.

Produtor de cacau
Seu Luís um dos produtores da Cacau River

Nós tivemos a oportunidade de conhecer o cultivo agroecológico de cacau no quintal do Seu Luis e foi possível ver de perto o impacto positivo e contribuição ao desenvolvimento sócio-econômico da região que a Cacau River proporciona, são mais de 10 famílias envolvidas produção do Cacau. 

fermentacao_cacau
Amêndoas de cacau pós fermentação

Dizem que o cacau é um alimento dos Deuses, afinal, possui inúmeros benefícios, além do seu sabor delicioso!

É energético, possui poderosos antioxidantes que previnem doenças cardiovasculares, reduz os níveis de colesterol ruim, ajuda a aliviar a tpm (tensão pré menstrual), auxilia na regulação do intestino e é um antidepressivo natural! 

Saber a procedência do cacau e consumir o chocolate amazônico de produção local, gera impacto positivo nas comunidades ribeirinhas e faz com que a cadeia circular do bem continue ativa.

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Texto produzido por Projeto Rebbú. 

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Panc? Égua, o que é isso?

São as Plantas Alimentícias Não Convencionais! UAU!

pancs da amazônia
Produtos feitos com PANC’s amazônicas

Será que você já provou alguma planta alimentícia não convencional sem saber, mas conhecida como PANCs? Vem conosco para conhecer!

Por não serem produzidas em larga escala e não muito divulgadas, as PANCs erroneamente são caracterizadas como não comestíveis e devido a este mito, muitas pessoas possuem medo de comer. 

A verdade é que tudo já foi PANC um dia, o alface, a cebolinha, o coentro que são popularizados hoje, já foram considerados exóticos anos e anos atrás. Graças a curiosidade, foi possível quebrar esse distanciamento e preconceito com essas espécies e adicioná-las no nosso prato. Temos muito ainda o que explorar e a flordejambu.com está aqui para te ajudar nessa! 

Ora-pro-nobis, Bertalha, Taioba, Dente-de-leão, Hibisco, Peixinho, Folha de batata-doce, Picão branco, Serralha, Erva vinagrinha ou azedinha, são algumas que estão disponíveis para nossos consumo! Estima-se que existam mais de 10 mil espécies de PANCs com potencial alimentício só no Brasil! Imagina quantas receitas e sabores isso pode originar!

PANCs da Amazônia

Na Amazônia também se encontra muita PANC, sim! Só que na maioria dos casos, a produção de PANCs é algo cotidiano devido ao contato próximo com a riqueza da floresta e por estar mais restrita ao consumo regional, acabam sendo consideradas como pancs em outras regiões do Brasil e até no mundo.

Pajurá, camu-camu, araçá-boi, tucumã, chicória do Pará, jambu, alfavaca, vitória-régia são alguns exemplos deste potencial Amazônico. Caso você nunca tenha provado, este é um convite para se abrir às novas sensações.

Pajurá, ao olhar o pajurá não parece comestível devido a sua casca, mas ao abri-lo há uma polpa amarela e doce. O Camu-camu de longe é confundido com a jabuticaba ou a uva, mas o seu sabor é cítrico devido ao alto potencial em vitamina C. Uma outra PANC da Amazônia que é ácida e com muitas vitaminas, é o araçá boi, chamado de fruta iogurte, porque ao se misturar com o leite, a fruta adquire um aspecto similar ao iogurte de fábrica.  Tanto o Pajurá como o camu camu e o araçá-boi são utilizados para fazer doces. 

tucumã
Tucumã colhida no quintal de ribeirinhos no Pará

Já o tucumã é o queridinho dos manauaras. É utilizado em tapiocas, lanches, tem muita vitamina C e traz um sabor de vitalidade no café da manhã! É muito utilizado na região de Manaus, onde diversos produtores rurais vendem o produto, desde a esquina até os restaurantes renomados. 

Chicória do Pará e Jambu não podem faltar na culinária do Pará! Mas não deixam de ser PANCs, pois seu consumo é extremamente restrito no norte do país. São utilizados em diversos pratos, seja no peixe, no arroz, na salada e onde a criatividade da gastronomia permitir! 

A vitória-régia já é o meio termo. Pode ser utilizada tanto para doces quanto para receitas salgadas. Dona Dulce é uma empreendedora que cultiva vitória-régia no Canal do Jari em Santarém no Pará, além de deixar ter um quintal lindo, já produziu mais de 20 receitas com a vitória-régia!

vitoria régia
A Dulce produtora de vitória régia

Aqui na flordejambu.com, é possível encontrar algumas PANCs da Amazônia no formato de geleia como a vitória-régia, por meio da parceria com a DEVERAS, empresa de pesquisadores/as, doutores/as que através de muita pesquisa conseguiram embalar de forma sustentável e natural as PANCs da Amazônia brasileira.

O consumo da PANC é proveniente de um trabalho que envolve mãos de muitas pessoas: universidade, comunidade e empreendedores, a flordejambu.com tem o compromisso em fazer com que esses produtos cheguem para todo o Brasil. E quem consome tem um papel importante de não só consumir um novo produto, mas investir em uma comunidade e manter uma história! 

Vem com a gente? 

Flordejambu.com

Texto produzido por @projetorebbu.

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Qual a farinha do seu prato?

farinhas amazonicas

“Farinhada o elo

De tantas famílias brasileiras

Farinha de tapioca, tapioca

Goma massa fina carimã

Farinha d’água bolo de macaxeira

Quebra jejum beléu biscoito de manhã

Sou cabra forte sou do norte”

Já dizia Alberan Moraes, farinhada é o elo de tantas famílias brasileiras. Arriscamos dizer que não existe um brasileiro que nunca comeu uma farinha, pois a diversidade é tamanha. Farinha de mandioca, Farinha Uarini, Farinha de beiju, Farinha-d’água, Farinha gomada, Farinha de copioba, Farinha de tapioca, podem ter cor amarela, branca ou amarronzada, com grãos grossos ou finos. Há mais de 50 tipos de mandioca para se fazer muita farinha!

A farinha faz parte da cultura enraizada no Brasil. Prova disso, é a Região de Bragança, no Pará, desde o século XX até os dias atuais, produz farinha amarela, leve e de alta qualidade. Em Bragança, há diversos tipos de farinha, fina, tradicional da mandioca, de tapioca e a farinha d’água, feita com a massa da mandioca fermentada (ou pubada) e peneirada, ácida e granulada, que fornece um sabor crocante e único, ideal para comer com açaí, peixes, maniçoba. Na cultura indígena, é o alimento do papa-chibé, o nome dado ao ribeirinho que come farinha misturada com água.

Outra curiosidade é que existe um festival junino muito famoso em Bragança, onde a farinha é a protagonista, com uma exposição dedicada da narrativa completa da sua história.

farinha de mandioca
Farinha de mandioca acima, farinha de tapioca granulada ao lado e farinha de Uarini a frente.

Farinha que além de nutrir o Brasil, é a renda para muitos produtores no Norte do país. Um dos que mais se destacam é o Seu Bené, produtor da região de Bragança, com 74 anos de muita história com a farinha, é ela quem abastece muitos lares e restaurantes, é ingrediente chave de receitas premiadas por muitos chefs e já foi até protagonista de documentário apresentado em Berlim. Para conferir mais de perto essa história, acesse aqui!

Quer farinha com inovação?

É a farinha feita pela Maria de Nazaré Rodrigues Pereira, que introduziu o conceito de farinha saborizada em Bragança, em uma propriedade do sítio Fênix de 75 hectares, buscou junto com o SENAR – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural e EMATER – Empresa de Assistência e Extensão Rural, técnicas agro sustentáveis para reduzir o tempo de produção e reaproveitamento de recursos. Certificada pela ADEPARÁ – Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará e Identificação Geográfica, têm farinhas tradicionais, incorporadas e até funcional, que é composta de chia, castanha do pará, soja e gergelim.

Dona Maria de Nazaré empreendedora do segmento de farinha de mandioca – empresa Sabor de Bragança

Para matar a curiosidade de como é a farinha é feita, trazemos um vídeo para você da produção de farinha de Bragança na Comunidade do Camutá: Acesse o vídeo

No Pará, outra região que produz farinha é Santa Isabel do Pará, mas a farinha produzida é a partir da goma, tendo como principal resultado a farinha flocada de tapioca. Subproduto do polvilho hidratado, é branca, granulada, em algumas regiões do Norte do país, come-se com açaí, com pirão e ensopados. O Pará é um grande produtor de mandioca, comunidades como Acará, Santarém, Ilha do Marajó dependem da produção de farinha como parte da sua subsistência.

farinha de tapioca granulada
Farinha de tapioca granulada

Navegando agora para o Amazonas, encontra-se um outro tipo de farinha: a Uarini, ou popularmente conhecida como ovinha, de cor amarelada, cheirosa, possui grãos duros, as famosas quebra dentes! Tradição dos manauaras, é perfeita para comer com pirarucu e tambaqui!

farinha de uarini
Farinha de Uarini-AM

Vamos navegar rio acima para Cruzeiro do Sul no Acre, na região do Alto do Juruá, com herança de geração para geração, a produção da farinha é granulada, sendo primeira farinha do estado do Acre a obter a certificação “Selo de Indicação Geográfica”, através do projeto Cadeia de Valor da Mandiocultura realizado pelo Sebrae em 2017, valorizando o conhecimento tradicional e garantindo a qualidade da produção local. 

Produção de farinha é o que não falta neste Brasilzão! Espero que vocês tenham gostado de descobrir um pouquinho mais sobre a farinha, acesse e confira nossas farinhas!

flordejambu.com

Texto produzido pelo Projeto Rebbú. 

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Você conhece a Priprioca?

Com um perfume delicioso, a priprioca é uma raiz aromática nativa da Amazônia de pequeno porte e rústica com diversas funções:

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Raiz de priprioca desidratada

Cosméticos

Com notas florais e amadeiradas, a priprioca é muito utilizada no setor de cosméticos para fazer perfumes, hidratantes e óleos essenciais. É afrodisíaca e relaxante, no norte do país, é muito comum em banhos de cheiro para atrair o parceiro e trazer prosperidade. Dizem também que o seu incenso é meditativo e ajuda na concentração do presente, o aqui e agora.

Cultura popular

A priprioca é parte da cultura popular do Norte do país, principalmente da região do Pará. Dizem que atrai boas energias, sendo utilizada em simpatias nas festas de São João e de Ano Novo. O nome vem do tupi e pertence a uma lenda:

Piripiri era um guerreiro que exalava um cheiro misterioso e irresistível para

as mulheres. Porém, ele sempre se esvai em fumaça quando elas

tentavam se aproximar. Aconselhadas pelo pajé, para tentar segurá-

-lo, elas amarraram os pés do guerreiro com os próprios cabelos, mas

foi inútil – na manhã seguinte, ele havia desaparecido de vez. Onde

ele dormira, surgiu uma planta cujas raízes soltavam o mesmo aroma

de Piripiri. A planta recebeu o nome do índio por ter se tornado a

sua morada, Piripiri-oca, priprioca ou “a casa de Piripiri” (Embrapa, 2014).

Medicinal

Estudos já comprovaram que seu óleo essencial tem o poder anti-inflamatório, combatendo inflamações de forma natural e sem reações colaterais. Outro benefício medicinal é o fato de ser analgésica e antitérmica, minimizando febre e dores musculares.

priprioca
Raiz de priprioca ( foto: acervo Manioca)

Produção Local

Segundo a Revista Brasileira de Plantas Medicinais, 2011, a importância da priprioca para os empreendedores locais é significante, nos arredores de Belém, são 47 produtores que plantam em seus quintais de forma sustentável e dependente do retorno financeiro da produção: (1) Associação dos Moradores de Boa Vista do Acará – Acará (PA); (2) Associação dos Produtores Rurais de Campo Limpo – Santo Antônio do Tauá (PA) e (3) Movimento das Mulheres das Ilhas de Belém – Ilha de Cotijuba em Belém (PA). O produto deste trabalho é a conquista da certificação orgânica – Selo IBD.

Os produtores locais também utilizam a priprioca para o artesanato, a parte do seu escapo floral que não é usada no comércio dos cosméticos e culinária, é  reaproveitada para decoração em caixas, vasos, entre outros.

Alimentação

A priprioca foi recentemente descoberta na alimentação, após diversos estudos, descobriu-se que a raiz pode ser comestível, sendo não tóxica e para consumo humano. A partir disso, descobriu-se um novo aroma para complementar a culinária brasileira, podendo ser experimentada em diferentes receitas: arroz doce, geléia, bolos, pudim de leite e até mesmo caipirinha!

bolo_de_priprioca
Bolo de Priprioca com Laranja

Muitos chefes renomados têm utilizado a priprioca em suas receitas, como o Alex Atala, e claro, A Carol, fundadora da flordejambu.com criou uma receita de bolo que vai priprioca ele é super fácil de fazer, só pela foto já deu água na boca!

Clique aqui para acessar a receita!

A priprioca tem o poder de elevar mais um sentido na gastronomia além da visão e do paladar, que é olfato, por meio do seu aroma contagiante, um nível a mais para sua experiência gastronômica!

Até breve, flordejambu.com

Texto produzido pelo Projeto Rebbú.

Fontes utilizadas:

https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-05722011000500017#:~:text=A%20priprioca%20(Cyperus%20articulatus)%20%C3%A9,e%20comercializada%20como%20planta%20arom%C3%A1tica.

https://www.alice.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/1016705/1/Cap4.pdf

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A riqueza imensurável

Quando ouve-se a palavra Amazônia, é impossível defini-la em apenas um aspecto, é composta de rios, florestas, animais, frutas exóticas,é mística, tem poder de cura e possui uma beleza imensurável. 

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Pelos rios da Amazônia.

Em um momento de fortes mudanças climáticas, líderes de vários países do mundo se reuniram na Cúpula do Clima para buscar objetivos em prol do meio ambiente. Aqui na flordejambu.com estamos atentos nessas medidas e gostaríamos de lembrar de algumas potencialidades da nossa Amazônia plural:

1- Evita o aumento da temperatura

A floresta tem um poder de reter o gás carbônico através dos tecidos vegetais, ajudando a controlar a temperatura do planeta em 2,2%, segundo o IPAM, 2001, é por este motivo que a Floresta Amazônica funciona como grandes armazéns de carbono. Com o desmatamento, todo o armazenamento é destruído e os gases são emitidos na natureza, aumentando a temperatura do planeta devido ao efeito estufa.  Um verdadeiro ar condicionado natural que precisamos valorizar!

2- Abundância em água

Com uma imensidão em água doce, é na Amazônia, onde se encontra o rio mais extenso e mais volumoso do mundo, o Rio Amazonas, que nasce na Cordilheira dos Andes no Peru, passa na Colômbia e no Brasil, onde deságua no Oceano Atlântico.

A bacia hidrográfica do Rio Amazonas, passa por 8 países e 7 estados brasileiros, contemplando cinco usinas hidrelétricas no Brasil.  

É na Amazônia que está o maior arquipélago fluvial do mundo (Mariuá) e por onde passam mais de 1700 rios, detendo cerca de 20% da água doce do mundo

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3- Biodiversidade

Com toda essa riqueza hídrica e florestal, nasce uma biodiversidade única. São diversas espécies de animais, como o boto, peixe-boi, ariranha, piranha, jacaré, entre outros. Há também diversas ervas medicinais, que originam chás e óleos essenciais naturais. 

Segundo o Ministério do Meio Ambiente (2012), estima-se que cerca de 60 mil espécies de plantas e animais

vertebrados vivem na floresta Amazônia, a maior diversidade de espécies do planeta! Uma biodiversidade ainda inexplorada, pois a cada década novas espécies ainda são descobertas.

4- Frutas exóticas

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O clima tropical úmido da Amazônia é propício para o amadurecimento de frutas exóticas, dizem que são mais de 200 espécies, sendo que algumas delas só é possível encontrar na Amazônia! 

É camu-camu, cacau, acaí, buriti, cupuaçú, tucumã, uajuru, deu até água na boca, conheça algumas dessas frutas através de geleias, doces e farinhas de frutas no nosso site.

5 – Moradia

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É na floresta Amazônia o lar de diversos povos indígenas, ribeirinhos, que acumulam um riquíssimo patrimônio cultural: são costumes, línguas, dialetos, técnicas de caça, pesca, agricultura e sustentabilidade, tornando-os os verdadeiros guardiões da floresta.

Esses são só alguns exemplos resumidos da relevância da Amazônia.

Cuidar, preservar e valorizar é um pequeno ato de agradecimento do quanto ela já fez e faz por nós todos os dias.

flordejambu.com

Texto: Projeto Rebbú

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Alimentos de origem indígena

No mês de abril indígena, gostaríamos de trazer um pouco mais da história dos produtos que temos na Flordejambu.com, pois acreditamos na importância de manter a tradição e a cultura dos povos originários da nossa terra. 

Para sentir ainda mais de perto essa experiência, recomendamos ouvir a música Raminô – Yawanawa (Canto Mulheres Indígenas), enquanto você lê o artigo: https://www.youtube.com/watch?v=3Ro-VroLByQ.

Tapioca

Do Beiju a Tapioca: dizem que o beiju é o precursor da tapioca, do tupi guarani, ambos são feitos a partir da fécula de mandioca, porém a diferença está no seu formato, o beiju é cilíndrico, parecendo uma panqueca, enquanto a tapioca tem o formato de meia lua. O recheio está na criatividade de quem faz, podendo ser salgado, doce ou até mesmo pura. A tapioca é rica em ferro, carboidratos, magnésio, cobre e vitamina B, possui baixo valor calórico e por não conter glúten, a tapioca pode ser uma aliada na alimentação saudável, desde que seja consumida com os alimentos certos. 

Com certeza, uma herança riquíssima dos nativos de nosso país, que foram passando de geração para geração. A tapioca se popularizou tanto no Brasil, que hoje é possível encontrar muitas receitas feitas a partir dela: dadinho, crepioca, manjar, pudim, sorvete, entre outras receitas. Em alguns lugares da Amazônia, é muito comum tomar açaí com farinha de tapioca. Na flordejambu.com, é possível encontrar farinha de tapioca e até a granola de tapioca

Açaí

O Açaí também vem da língua tupi-guarani e significa, “fruto que chora”, ou que “expele água”. Segundo a lenda, o nome vem de Iaça, nome ao contrário da filha do cacique Ikati, que morreu chorando ao pé do fruto. 

Fonte de energia, vitaminas, combate ao envelhecimento, protege o coração, entre outros inúmeros os benefícios do consumo do açaí! Na flor de jambu é possível encontrar a polpa do açaí congelado, no licor, na geleia, na versão em pó e até na pimenta!

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Açaí com farinha de tapioca

Tucupi

Os indígenas possuem tanto conhecimento da mandioca, que a partir da extração da raiz, descobriram o tucupi, um suco amarelo espremido através do tipiti (um espremedor de palha trançada usado para escorrer e secar raízes). Este suco, inicialmente não é para consumo humano, sendo necessário um período de descanso e de fermentação, para que assim seja possível a sua utilização.

O tucupi também tem nome de origem tupi-guarani, sendo o tempero perfeito para peixes amazônicos!

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Caldo de tucupi amarelo

Pode ser misturado com alho, ervas e até mesmo o famoso jambu. Deste tempero maravilhoso, surgiu o famoso tacacá e o pato no tucupi. Além do tucupi amarelo, existe também tucupi preto, que é o shoyo de forma natural e com menos sódio. Acesse aqui para saber mais sobre os produtos do tucupi.

Pimenta Assîsî

Pimenta em pó e conhecida por pelos Waiwai como ‘Assîsî” . A pimenta assîsî é uma pimenta produzida por mulheres indígenas que habitam as cabeceiras do Rio Mapuera, no extremo norte do Pará. É uma pimenta em pó com picância média, sendo uma das formas de representatividade da cultura e culinária do povo de Waiwai. 

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Pimenta Assîsî

Além desses citados, existem muitos outros produtos de origem indígena: pipoca, paçoca, canjica ou mungunzá, jambu, moqueca de peixe, entre outras riquezas que só a diversidade do Brasil pode nos proporcionar.

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Texto produzido por Projeto Rebbú.