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COP 27: entenda a importância do maior evento sobre Mudanças Climáticas

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A Conferência das Partes (COP) é um evento que ocorre anualmente desde 1995 para discutir sobre os efeitos das mudanças climáticas e, principalmente, estabelecer metas e ações para mitigar este problema. 

A COP reúne representantes de 198 países e territórios que são signatários do tratado UNFCCC (Convenção- Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança Climática). Esse tratado, estabelecido pela ONU, foi firmado durante a ECO-92, que foi uma Conferência que ocorreu no Rio de Janeiro em 1992. 

Este ano, a 27° edição da COP aconteceu no Egito, e o novo presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, compareceu à convite do presidente do país que estava sediando o evento. 

Durante os treze dias de palestras e debates, foram abordados temas como: impactos da poluição e do aquecimento global, segurança alimentar, desmatamento (em especial da Floresta Amazônica), adoção de energias limpas, crédito de carbono, os efeitos do agronegócio e, principalmente, a neutralização do CO2. 

Nesse artigo, vamos fazer um breve resumo sobre alguns acordos que já foram estabelecidos em COPs anteriores, e falar sobre os resultados e expectativas da última conferência. 

Boa leitura! 

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Fonte: Canva Pro

Principais Acordos estabelecidos nas COPs

Como citamos, a primeira edição da COP aconteceu em 1995 na cidade de Berlim, Alemanha. Na época, representantes de 117 países participaram. Tal conferência resultou no Mandato de Berlim, que estabelecia um comprometimento entre os países integrantes em reduzir os gases do efeito estufa até o ano 2000. 

Além disso, foi requisitado a elaboração de um protocolo que legalizasse e oficializasse tal comprometimento. Em 1997, este documento foi apresentado e assinado durante a COP 3, que ocorreu no Japão. Por isso, tal acordo foi nomeado como Protocolo de Kyoto. As principais metas estabelecidas foram as seguintes: 

  • Os países desenvolvidos devem diminuir 5,2% das emissões de gases nocivos ao meio ambiente com base nas emissões de 1990. 
  • Países em desenvolvimento não são obrigados a cumprir as metas estabelecidas, mas precisam cumprir medidas voluntárias. 

Um grande empecilho para atingir os objetivos almejados durante as COPs são os três países com maiores índices de emissão de GEE (gases do efeito estufa): Índia, China e EUA. A China e a Índia, por serem considerados países em desenvolvimento, não são obrigados a cumprir as metas do acordo. 

Já os Estados Unidos, que são os maiores emissores ao longo da história, nem sequer assinaram o Protocolo de Kyoto, pois alegaram que tal medida poderia afetar muito a economia do país. 

Durante a COP 15 outro documento foi assinado pelos países integrantes: o Acordo de Paris. Ainda com o mesmo objeto central estabelecido pelo Protocolo de Kyoto, reduzir a emissão de gases que agravam o efeito estufa, o Acordo de Paris também trouxe metas a serem cumpridas pelos países em desenvolvimento. 

Mas, a proposta é que os países desenvolvidos ofereçam suporte financeiro para que as nações menos desenvolvidas não sofram tantos impactos econômicos e sociais. Em 2016, os EUA, que estava sob o governo de Barack Obama, assinou o Acordo e ainda se comprometeu a fazer uma doação bilionária ao Fundo Verde do Clima. 

Contudo, em 2017, o ex-presidente Donald Trump decidiu sair do Acordo, pois ele faz parte do grupo de negacionistas que desacreditam nos efeitos das mudanças climáticas, bem como na sua relação com o aumento dos gases do efeito estufa. 

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Fonte: Canva Pro

Resultados da COP 27

Os debates da COP 27 giraram em torno dos relatórios apresentados em 2022 pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC). Tais documentos mostram a urgência em tomar medidas rápidas e efetivas para amenizar os efeitos do aquecimento global que já atinge milhares de pessoas

Segundo dados da Organização Meteorológica Mundial (OMM), os últimos 8 anos foram provavelmente os mais quentes registrados na história. Infelizmente, os efeitos catastróficos devido ao aumento exponencial das temperaturas são sentidos principalmente por países em situação de vulnerabilidade, como a África. 

Há pesquisas que mostram que entre as 10 cidades que mais sofrem com as mudanças climáticas no mundo, 8 delas são africanas. O mais irônico é que a África está longe de entrar para lista de países que mais emitem GEE. 

Segundo a análise de alguns especialistas, a COP 27 foi mais para reafirmar compromissos preestabelecidos no Acordo de Paris, e no Pacto Climático de Glasgow (formalizado durante a COP 26). As principais metas definidas e acordos discutidos foram: 

  • Diminuir em 45% as emissões de dióxido de carbono até 2030;
  • Limitar o aquecimento em 1,5 °C e neutralizar o CO2 até 2050;
  • Acelerar o processo de transição para energias limpas;
  • Criar um fundo de indenização para o países que mais sofrem com as mudanças climáticas;

A participação do presidente eleito também foi fundamental para as discussões acerca da atual situação da Amazônia. Afinal, os últimos quatro anos foram simplesmente desastrosos para a floresta, e os fundos destinados à sua proteção foram sugados pelo atual governo (o que provavelmente irá dificultar a execução de ações prometidas na COP 27).

Em resumo, Lula se comprometeu em aumentar exponencialmente o monitoramento da Amazônia para controlar e reduzir de forma significativa o desmatamento. Além disso, ele enfatizou que buscará por acordos e alianças internacionais para frear a destruição, recuperar os estragos, bem como aumentar a proteção de áreas ainda preservadas. 

A boa notícia é que países como Alemanha e Noruega, principais financiadores do Fundo Amazônia, já se mostraram dispostos a retomar seu apoio financeiro após o bloqueio feito em 2019 devido ao aumento nos níveis de desmatamento. Vamos torcer para que todas as promessas e ações consigam ser cumpridas de forma efetiva, e a Floresta seja valorizada e mantida em pé!

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Qual a importância da Amazônia globalmente?

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Você sabe qual a real importância da Amazônia para o mundo? Já se perguntou quais seriam as consequências caso ela fosse completamente destruída? 

Infelizmente, a concretização deste cenário não é uma realidade muito distante, caso medidas efetivas não sejam tomadas para frear o desmatamento. Pesquisas científicas internacionais já alertaram sobre o processo de savanização que grande parte da floresta está sofrendo. 

Além de contemplar a maior biodiversidade do planeta, com muitas espécies ainda desconhecidas, a Floresta Amazônica funciona como um grande sumidouro de carbono, que é fundamental para controlar o efeito estufa e manter o equilíbrio das temperaturas. 

Além disso, a Amazônia é o lar de milhões de famílias que dependem dos recursos da floresta para sua subsistência. Várias comunidades tradicionais desta região enfrentam uma luta extremamente injusta em prol da sua conservação. 

Um estudo feito pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) mostrou que o desmatamento teve um aumento de mais de 50% no atual governo. Sem falar no declínio de vários órgãos de fiscalização e na negligência perante à vários crimes ambientais. 

Nesse artigo, vamos explicar porque a importância da Amazônia é global, e falar um pouco do potencial que a floresta tem para fortalecer a economia brasileira. 

Boa leitura!

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Fonte: Canva Pro

Entenda a real importância da Amazônia

Rios Voadores

Que a Amazônia possui o maior rio do mundo, muitos já sabem. Mas, você sabia que a Floresta Amazônica também tem Rios Voadores? 

Esse termo é utilizado para se referir à imensa quantidade de água emitida pelas árvores em forma de vapor. Por isso o clima desta região é tão úmido!

Estima-se que cada árvore consegue “bombear” do solo aproximadamente 500 litros de água por dia, liberando no total cerca de vinte bilhões de toneladas de água na atmosfera diariamente.

Grande parte desta água é transportada pelos rios voadores irrigando várias regiões do Brasil e também outros países da América do Sul. Ou seja, sem a Amazônia…

  • alguns estados brasileiros viraram verdadeiros desertos, onde a chuva seria extremamente escassa;
  • a diminuição do ciclo de chuvas iriam afetar diretamente a produção agrícola, resultado no aumento do preço dos alimentos;
  • várias regiões enfrentariam problemas com o abastecimento de água, principalmente no período de seca;
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Fonte: Canva Pro

Controle Climático 

A Amazônia tem um papel importante no controle climático global, por isso vemos tantos países no exterior preocupados com a sua situação atual. 

Como citamos, a floresta sempre funcionou como um sumidouro de carbono, pois as árvores absorvem o CO2 para fazer fotossíntese. Ao absorver grande parte de CO2 da atmosfera, a Amazônia sempre colaborou com a redução do efeito estufa, que é responsável pelo aumento das temperaturas terrestres. 

Contudo, nos últimos anos vários estudos constataram que a Amazônia emitiu mais CO2 do que absorveu. Ou seja, nossas florestas estão se tornando fontes emissoras de carbono devido ao alto nível de desmatamento. 

Isso agrava não só as mudanças climáticas, como também corrobora para o desequilíbrio dos ecossistemas da região, afetando negativamente a biodiversidade.  

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Fonte: Canva Pro

Bioeconomia

A bioeconomia une a aplicação de novas tecnologias com o estudo de recursos biológicos para desenvolver produtos sustentáveis com alto valor agregado. 

Este modelo econômico engloba a produção de biocombustíveis, cosméticos, medicamentos, vacinas, alimentos…

E por quê o Brasil tem chances de se tornar uma grande potência caso invista em bioeconomia? Pois a Amazônia é detentora da maior biodiversidade do mundo, ou seja, temos a maior fonte de recursos biológicos do planeta. 

Mas, a realidade é que nossas florestas estão sendo destruídas ilegalmente para dar espaço à pecuária, que além de piorar o efeito estufa, também possui baixíssimo retorno financeiro comparado a outras atividades econômicas que prezam pelo manejo sustentável. 

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