Com um perfume delicioso, a priprioca é uma raiz aromática nativa da Amazônia de pequeno porte e rústica com diversas funções:
Cosméticos
Com notas florais e amadeiradas, a priprioca é muito utilizada no setor de cosméticos para fazer perfumes, hidratantes e óleos essenciais. É afrodisíaca e relaxante, no norte do país, é muito comum em banhos de cheiro para atrair o parceiro e trazer prosperidade. Dizem também que o seu incenso é meditativo e ajuda na concentração do presente, o aqui e agora.
Cultura popular
A priprioca é parte da cultura popular do Norte do país, principalmente da região do Pará. Dizem que atrai boas energias, sendo utilizada em simpatias nas festas de São João e de Ano Novo. O nome vem do tupi e pertence a uma lenda:
“Piripiri era um guerreiro que exalava um cheiro misterioso e irresistível para
as mulheres. Porém, ele sempre se esvai em fumaça quando elas
tentavam se aproximar. Aconselhadas pelo pajé, para tentar segurá-
-lo, elas amarraram os pés do guerreiro com os próprios cabelos, mas
foi inútil – na manhã seguinte, ele havia desaparecido de vez. Onde
ele dormira, surgiu uma planta cujas raízes soltavam o mesmo aroma
de Piripiri. A planta recebeu o nome do índio por ter se tornado a
sua morada, Piripiri-oca, priprioca ou “a casa de Piripiri” (Embrapa, 2014).
Medicinal
Estudos já comprovaram que seu óleo essencial tem o poder anti-inflamatório, combatendo inflamações de forma natural e sem reações colaterais. Outro benefício medicinal é o fato de ser analgésica e antitérmica, minimizando febre e dores musculares.
Produção Local
Segundo a Revista Brasileira de Plantas Medicinais, 2011, a importância da priprioca para os empreendedores locais é significante, nos arredores de Belém, são 47 produtores que plantam em seus quintais de forma sustentável e dependente do retorno financeiro da produção: (1) Associação dos Moradores de Boa Vista do Acará – Acará (PA); (2) Associação dos Produtores Rurais de Campo Limpo – Santo Antônio do Tauá (PA) e (3) Movimento das Mulheres das Ilhas de Belém – Ilha de Cotijuba em Belém (PA). O produto deste trabalho é a conquista da certificação orgânica – Selo IBD.
Os produtores locais também utilizam a priprioca para o artesanato, a parte do seu escapo floral que não é usada no comércio dos cosméticos e culinária, é reaproveitada para decoração em caixas, vasos, entre outros.
Alimentação
A priprioca foi recentemente descoberta na alimentação, após diversos estudos, descobriu-se que a raiz pode ser comestível, sendo não tóxica e para consumo humano. A partir disso, descobriu-se um novo aroma para complementar a culinária brasileira, podendo ser experimentada em diferentes receitas: arroz doce, geléia, bolos, pudim de leite e até mesmo caipirinha!
Muitos chefes renomados têm utilizado a priprioca em suas receitas, como o Alex Atala, e claro, A Carol, fundadora da flordejambu.com criou uma receita de bolo que vai priprioca ele é super fácil de fazer, só pela foto já deu água na boca!
A priprioca tem o poder de elevar mais um sentido na gastronomia além da visão e do paladar, que é olfato, por meio do seu aroma contagiante, um nível a mais para sua experiência gastronômica!
Até breve, flordejambu.com
Texto produzido pelo Projeto Rebbú.
Fontes utilizadas:
https://www.alice.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/1016705/1/Cap4.pdf